quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

de tanto mar

Tudo que eu queria
é que não houvesse diferença alguma
entre o mar e eu.

Que eu me desmanchasse em ondas
que tocam numa ponta a praia
e na outra o céu.

Que da brisa fresca
saudades não mais sentisse
porque então nós seríamos
companheiros inseparáveis
numa dança que paira
e perdura através das estações.

Quem dera mar eu fosse
e os quatro cantos tocasse
e em mim mesmo não coubessem
as ondas, as lendas e as preces.

E em tempos obscuros e mornos
em que a pressa impera e os olhos fogem
aqui mesmo, eu sou mar
na lágrima tímida e liberta
que pela minha face desce.

Um comentário:

  1. Belo, Edson... compartilho muito do que diz o poema... quem dera mar eu fosse e saudades não mais sentisse... grande abraço, jeff

    ResponderExcluir