terça-feira, 27 de setembro de 2011

repentino repetido

um dia acordo
olho em volta
esfrego a vista
tremo um pouco
e mais nada
na minha vida
sou página virada

talvez foi ontem
ou na última páscoa
entre o café e o almoço

lamento um pouco

e mais nada
no meio do mundo
uma carcaça arriada

No seio do ocaso
eu embarco
de madrugada
esqueço um pouco
os últimos fatos
Me aborreço um pouco
nada que valha
me percebo morto
sentado na mesa
choro um bocado
nada que salva
minha face severa
se borra nas palavras
aqui jaz um homem
e suas asas.

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