domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sobre a beleza num dia de férias

Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar
Y una novia muy hermosa que se llama libertad.
Atahualpa Yupanqui


Em liberdade, todo ser humano é mais belo.
Em liberdade, ele enxerga mais a beleza.
Mas não nos confundamos:
Liberdade não é um conceito, uma abstração do intelecto.
Também não achemos que ela resulta da iluminação espiritual
da abnegação resignada do que é mais caro à vida humana:
Comer, habitar e conviver,
questionar, refletir e transformar.
A liberdade é condição essencial ao humano
Tal como é o pão, o chão e o teto para repousar,
o aconchego e o prazer do encontro.
Mas não nos enganemos:
Estas necessidades são anteriores.
Nem nos iludamos:
A liberdade não cairá diante de nossos olhos
Tal como um dia de sol depois de anos de trevas.
A liberdade há que ser conquistada,
parida com sangue.
Não por um, mas por todos.
Não para um, mas para todos.
E não nos conformemos:
A liberdade guarda em si a potência de muitos universos em expansão.
Diferente do sabor açucarado de poder consumir
e amargar o vazio em seguida.
E não nos omitamos mais:
Enquanto alguém precisar vender-se em qualquer instância
Para garantir suas necessidades de sobrevivência
Falar em nome da liberdade não passa de um discurso imoral.
A liberdade da vida privada
Com momentos determinados
Para começar e acabar
Não passa de uma caricatura torpe
Da nossa constante fome de dignidade.
Tampouco nos esquivemos
Desculpando-nos que a tal liberdade é um mito.
Pois que ela nada mais é
Que o nosso maior sonho e desafio
Que só há de ser consumado
Em comunhão íntima com a solidariedade.

PELA LIBERDADE SOLIDÁRIA E SOLIDARIEDADE LIBERTÁRIA!

E neste encontro reside a beleza!

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