Em mim ficou o teu rastro
dizendo que aqui houve carícia
houve calor e suor à noite
houve um sussurro delicado
Em mim ficou o teu rastro
a assinatura dos teus beijos no meu corpo
o encontro dos teus dentes com a minha pele
meu sono recostado em você.
Em mim ficou o teu rastro
pedindo que voltes o quanto antes
trazendo contigo a maciez do teu abraço
e a cura bendita pra essa saudade.
O que me leva a loucura, me leva a um novo eu que não conheço, o que me puxa ao abismo, é justamente a certeza das asas.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Febre ao meio dia
Hoje de manhã
minha única certeza
eram umas poucas lágrimas
que pesadas, quase sólidas
caíam dos olhos.
Tudo mais era o incerto
esta sensação de que sou
a sucata do que um dia quis ser
num silêncio pousado em dor.
E um peito aceso, atento
vivo por mais um momento
quanto dura uma noite em mim?
quando um sol enfim vai surgir?
às vezes eu queria que a vida fosse uma roupa
que eu despisse vez em quando
e fosse só uma nudez
suspensa e leve
às vezes queria demolir meu coração
e começar tudo de novo
porque às vezes o desencontro pesa o tamanho
do mundo e suas razões burras
outras horas tem a asfixia dos meus medos,
que me deixam nesse vácuo de melancolia
e saudade do que nunca fui
E quando o sinal fica verde
enxugo a lágrima do queixo.
É preciso seguir.
Sim, seguir.
Há um plano,
um projeto de vida,
há contas a pagar,
trabalho a fazer,
sonhos pra deixar pra depois.
Engulo a saliva que é grossa
como o concreto que,
pouco a pouco me toma os poros,
as idéias, os olhos.
- É preciso ser um edifício sólido.
- E nunca cair em público.
- É preciso não envergonhar os seus.
Mas enquanto me debato com estas mentiras
que a mim chegaram pela inércia dos fatos
dos meus poros surge o pus
que este mundo me infecciona.
E se me chamam de romântico,
afirmando que desejo salvar o mundo
eu convido: olhem melhor!
que não é este meu intuito.
Trago comigo uma espada
pra atravessar o ventre moribundo
dos bons costumes e da ordem
que sustentam o tal mundo.
Sucumba com seus padrões
seus preceitos que só servem à castração!
Uso a lâmina da espada pra limpar meu pus
e como posso continuo a lutar
Mas não o faço sozinho
tenho a meu lado um exército
dos que insones e inquietos
vem se levantando num só grito.
minha única certeza
eram umas poucas lágrimas
que pesadas, quase sólidas
caíam dos olhos.
Tudo mais era o incerto
esta sensação de que sou
a sucata do que um dia quis ser
num silêncio pousado em dor.
E um peito aceso, atento
vivo por mais um momento
quanto dura uma noite em mim?
quando um sol enfim vai surgir?
às vezes eu queria que a vida fosse uma roupa
que eu despisse vez em quando
e fosse só uma nudez
suspensa e leve
às vezes queria demolir meu coração
e começar tudo de novo
porque às vezes o desencontro pesa o tamanho
do mundo e suas razões burras
outras horas tem a asfixia dos meus medos,
que me deixam nesse vácuo de melancolia
e saudade do que nunca fui
E quando o sinal fica verde
enxugo a lágrima do queixo.
É preciso seguir.
Sim, seguir.
Há um plano,
um projeto de vida,
há contas a pagar,
trabalho a fazer,
sonhos pra deixar pra depois.
Engulo a saliva que é grossa
como o concreto que,
pouco a pouco me toma os poros,
as idéias, os olhos.
- É preciso ser um edifício sólido.
- E nunca cair em público.
- É preciso não envergonhar os seus.
Mas enquanto me debato com estas mentiras
que a mim chegaram pela inércia dos fatos
dos meus poros surge o pus
que este mundo me infecciona.
E se me chamam de romântico,
afirmando que desejo salvar o mundo
eu convido: olhem melhor!
que não é este meu intuito.
Trago comigo uma espada
pra atravessar o ventre moribundo
dos bons costumes e da ordem
que sustentam o tal mundo.
Sucumba com seus padrões
seus preceitos que só servem à castração!
Uso a lâmina da espada pra limpar meu pus
e como posso continuo a lutar
Mas não o faço sozinho
tenho a meu lado um exército
dos que insones e inquietos
vem se levantando num só grito.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
T.A.M.
amar dá medo
uma salada de sensações
um turbilhão de motivos
pra parar ou seguir
amar assusta
perder o chão
tocar o céu
abrir mão do equilíbrio
amar é claro
um tiro no escuro
um vôo desarmado
a queda do muro
amar é sempre
o que nunca foi antes
a passagem do instante
pra eternidade
amar é isto
borboletas no umbigo
frases sem sentido
o sol no seu sorriso
uma salada de sensações
um turbilhão de motivos
pra parar ou seguir
amar assusta
perder o chão
tocar o céu
abrir mão do equilíbrio
amar é claro
um tiro no escuro
um vôo desarmado
a queda do muro
amar é sempre
o que nunca foi antes
a passagem do instante
pra eternidade
amar é isto
borboletas no umbigo
frases sem sentido
o sol no seu sorriso
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
de mãos dadas
ai, ai, ai a gente podia
fugir pra cajaíba
entre o verde da mata
e o azul do oceano
se amar um bocado
e adormecer agarrado
e bem que a gente podia
dar um cano no mundo
mandar às favas o absurdo
de esperar pra ser feliz
um com o outro, um no outro
arriados ao entardecer
ou que a gente se mandasse
pra buenos aires
vagabundeando de dia
degustando os lábios à noite
entre tangos e milongas
teu suspiro me pondo pra dormir
ou que fosse Itacaré
nosso clandestino paradeiro
repousar enfim na preguiça
de ser sem pressa e inteiro
de ser comparsa, parceiro
na aventura de estar vivo
e mesmo que seja nesta tarde
nublada, eletrônica, contada
em que o tempo não é livre
e que o presente não é dado
mesmo dele, façamos história
com beijos e pequenos delitos.
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