O que me leva a loucura, me leva a um novo eu que não conheço, o que me puxa ao abismo, é justamente a certeza das asas.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
de mãos dadas
ai, ai, ai a gente podia
fugir pra cajaíba
entre o verde da mata
e o azul do oceano
se amar um bocado
e adormecer agarrado
e bem que a gente podia
dar um cano no mundo
mandar às favas o absurdo
de esperar pra ser feliz
um com o outro, um no outro
arriados ao entardecer
ou que a gente se mandasse
pra buenos aires
vagabundeando de dia
degustando os lábios à noite
entre tangos e milongas
teu suspiro me pondo pra dormir
ou que fosse Itacaré
nosso clandestino paradeiro
repousar enfim na preguiça
de ser sem pressa e inteiro
de ser comparsa, parceiro
na aventura de estar vivo
e mesmo que seja nesta tarde
nublada, eletrônica, contada
em que o tempo não é livre
e que o presente não é dado
mesmo dele, façamos história
com beijos e pequenos delitos.
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