segunda-feira, 8 de março de 2010

Outro

Baby, entenda
Eu não sou item de lista
Nunca coube em uma lauda
Nem nunca hei de caber.
Nem me encaixo no kit
carro, casa, emprego
Não sou o bem afetivo
Que te completará.
Não te esperarei arrumado
No sofá ao fim do dia
Não serei do teu álbum
A última figurinha.
Não sendo colecionável
Não fico bem na prateleira
Numa vida ordenada
Tendo sempre a destoar.
Não sou peça rara
Pra ser conquistado
Pois que não me contento
Em ser fabricado.
Pois que não me contenho
Nas grades cotidianas
Me debato orgulhoso
Quanto e enquanto puder.
Não me agrades sem porquê
Não me minta adjetivos
Apenas me olhe e saiba
Que de “meu” jamais me chamarás.
Pois se existe o amor
Ele preza pelas asas e sonhos
Que despertos ou em sono
Todos trazem em si.
Não queira me plantar do teu lado
Que minhas raízes não são daqui
Não se alimentam deste mundo
Nem do que ele chama ser feliz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário