segunda-feira, 16 de agosto de 2010

nos trilhos

Sobre as horas vou nadando sem parar
mas é fundo o tempo em que posso mergulhar.
No relógio meu compasso ordenado.
Nas costelas a vontade de escoar.

Em frente a uma tela de cristal líquido,
num afago trôpego e perdido,
a lembrança cala meu olhar sonolento.
Os minutos roçam minha fronte preocupada
e sentado sinto o mundo acelerar.

Pelas horas vou sendo espremido
não sinto dor, sinto um sufoco quase natural.
O aprendido em anos de costumes
pode desabar no tempo de uma entrelinha
mas agora tudo se sustenta nos meus ombros armados.

Um segundo é quanto vive o gemido
é no peito que reside o meu grito
gerado na somatória de todas as pressas
calado na demora dos dias.

É num silêncio digitado que sigo
pelas horas que correm desde sempre
sem nunca aportar em qualquer estação.

E vão correndo sem perceber
que são passado e presente, misturados
Em vão morrendo sem entender
que em si carregam o tempo,
o germe voraz e implacável do tempo
querendo o relógio romper.

Um comentário:

  1. que lindo bad!
    adorei.
    ele vai pro blog dos tontos.
    é bem o nosso trabalho,mistura de our love com desculpe..

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